terça-feira, 12 de junho de 2012

O Adultério e a Lei do Divórcio


Certa vez um pastor me indagou na porta de um banco por que eu dava tanta ênfase ao adultério e não destacava também outros tipos de pecado.
Eu simplesmente lhe respondi que, na mente dos ignorantes, o adultério deixou de ser reconhecido como pecado, desde que criaram a tal Lei do Divórcio e, através dela, muitos países e segmentos religiosos passaram a considerar o “casamento” de uma pessoa divorciada como algo legal, correto. Por exemplo: ainda não criaram leis que atestem que roubar, mentir, matar sejam atos justos, corretos e agradáveis. Todas essas ações, embora facilmente praticáveis, são vistas como pecado, algo errado, por toda sociedade. Com o adultério ocorreu diferente.

O que constitui adultério, no sentido mais amplamente conhecido, é quando uma pessoa casada mantém relação sexual com outra pessoa que não seja o seu cônjuge. No sentido bíblico, JESUS afirmou que o adultério não estaria apenas na prática da relação sexual ilícita, mas no simples fato de uma pessoa casada olhar para outra, desejando-a sexualmente.

Dentre outras finalidades, DEUS fez o casamento para que homem e mulher preservassem a alma e o corpo em santidade, longe de qualquer tipo de fornicação (enquanto solteiros) e de adultério (depois de casados). O próprio apóstolo Paulo, ao começar escrever para os casais em sua Primeira Carta aos Coríntios, destacou esse cuidado: “Bom seria que o homem não tocasse em mulher; mas, por causa da fornicação (pornéia no grego), cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (1 Cor. 7:1-2) (grifo meu).  Um corpo santo passaria a ser morada do Espírito de DEUS. Uma alma santa receberia a herança da vida eterna. Em toda a Bíblia, DEUS nos alerta em cuidarmos do coração, da mente, do corpo e da alma.

O adultério revela um caráter infiel ao cônjuge e a DEUS, mas que não se caracteriza em um caminho sem volta, quando o adúltero se arrepende e abandona o pecado. Davi, após adulterar com Bate-Seba, escreveu com um coração sincero: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal aos teus olhos” (Salmo 51:4). Adiante, DEUS o reputa como um homem com o coração segundo o Seu coração. JESUS sentenciou uma mulher presa por fariseus por ter sido flagrada em adultério: “Vá e não peques mais” (João 8:11). Essa mesma mulher foi a primeira para quem JESUS apareceu depois de ressuscitado.Tanto Davi como a desconhecida mulher foram adúlteros em algum momento de suas vidas, traíram a aliança matrimonial, estiveram longe de DEUS e sem salvação; porém, ambos também foram perdoados e justificados pelo mesmo DEUS, a partir do momento em que se conscientizaram da gravidade do erro que haviam cometido e o abandonaram. Essa é a maior prova de que o pecado do adultério, por mais grave e doloroso que pareça, não desfaz o matrimônio. Se insistido na prática, leva o adúltero ao inferno (como escreveu Paulo em 1 Coríntios 6:9-10). Se verdadeiramente abandonado por meio do arrependimento, é eliminado pela graça e pelas misericórdias de DEUS sobre a vida de quem praticou, além do recebimento da bênção da restauração familiar.

Com o advento da Lei do Divórcio em diversos países, chegou-se a acreditar que esse instrumento civil já existia nos tempos bíblicos e, por essa razão, era algo que estivesse dentro da vontade de DEUS. O divórcio moderno é bem diferente do repúdio dos tempos bíblicos. O grande jurista e escritor Rui Barbosa, em seu livro “O Divórcio”, escreveu que “o divórcio surgiu com o advento da Reforma Protestante”. Divorciar-se dá o direito civil à pessoa divorciada, se ela quiser, a se casar novamente. O repúdio bíblico era o simples ato de não querer mais a convivência; era o desprezo, o abandono ao cônjuge. À mulher repudiada pelo marido, Moisés permitiu que fosse dada uma carta de repúdio escrita a mão, como forma de ela amenizar o grande preconceito social que passaria a sofrer adiante. Mas nem uma coisa nem outra estavam dentro dos projetos de DEUS. O desejo de adulterar contra o cônjuge era o que levava os judeus à prática do repúdio. Alguns utilizavam o argumento de que foram enganados ao descobrirem, nas núpcias, que a mulher não era mais virgem. Outros, no entanto, preferiam repudiar por qualquer motivo que viesse a mente. Onde, na Bíblia, lia-se “carta de repúdio” passaram (os tradutores) a interpretar como “carta de divórcio” e quase todas as Bíblias passaram a ser publicadas com essa nova expressão, criando uma grande confusão entre teólogos e um mal sem precedentes no seio da igreja cristã. No Novo Testamento para justificarem com maior clareza de que o divórcio era algo autorizado por DEUS, substituíram o termo específico FORNICAÇÃO, em Mateus 5:32 e 19:9, por adultério, infidelidade conjugal e relação sexual ilícita. Mesmo sabendo que FORNICAÇÃO (pornéia do grego) é um tipo de relação sexual ilícita, nunca a substituição deveria ter sido aceita pelas lideranças cristãs, visto que há outros tipos de relação sexual ilícita, como o sexo anal e o adultério por exemplo, que não se adequariam ao sentido do texto em questão. Outra coisa: ampliar forçosamente o termo grego pornéia (que foi usado nos dois versículos no sentido apenas de fornicação) para outros campos de significação foi um meio apelativo que os divorcistas encontraram para satisfazer o desejo do coração deles e proporcionar novas alternativas das pessoas divorciadas voltarem a ser felizes. Grandes estudiosos da Bíblia já confirmaram que PORNÉIA não é a mesma coisa que MOICHÉIA (adultério, no grego), considerando que essas duas palavras aparecem juntas, não só nos versículos citados, como em Mateus 15:19. Se tinham o mesmo significado, por que Mateus as colocou uma do lado da outra com a grafia grega completamente diferente?

Mas ao passo que a sociedade foi se corrompendo, as relações matrimoniais se tornando insustentáveis, como um remédio sem cura, e as pessoas envolvidas buscando a felicidade em outras pessoas; a igreja cristã foi se adaptando a essa realidade secular e se afastando cada vez mais da Palavra de DEUS. Hoje, em pleno século XXI, o que se vê são agrupamentos religiosos inchados, numerosos, emotivos, mas sem vida espiritual alguma. Os templos tornaram-se lugares comuns pela busca dos interesses humanos e quase mais não ensinam renúncia e santidade. A doutrina de CRISTO foi algo que ficou esquecido no tempo. Em todos os templos e denominações religiosas há uma grande quantidade de pessoas “cultuando” a DEUS em um segundo, terceiro ou quarto casamento, e com forte consentimento das lideranças. Todas essas pessoas vivem o Evangelho de JESUS enquadradas em Mateus 7:21-23. O casamento tornou-se uma instituição falida não só para os mundanos, como também para os frequentadores de templos protestantes. Não para DEUS, que continua vendo o casamento dissolúvel apenas na morte, da mesma maneira quando o criou no início de tudo. E assim, ELE julgará a todos.

O certo é que a Lei do Divórcio não só veio para ajudar na destruição familiar, como também para mascarar um mal, que leva o indivíduo, que o pratica, para bem longe de DEUS. A lei transformou o pecado do adultério (que existia de forma encoberta na época do desquite) em um casamento civil lícito aos olhos da sociedade, para que ninguém mais se sentisse culpado fazendo algo errado. Ou seja, o que antes era condenável por não existir uma Lei, agora passou a ser correto com a existência dela. No Brasil, a tal lei entrou em vigor a partir de 26 de dezembro de 1977, de autoria do então Senador Nelson Carneiro, baiano, à época Senador da República pelo Estado do Rio de Janeiro. Antes da fatídica votação no Congresso Nacional, houve grande resistência por parte das instituições religiosas; digo: católicos e protestantes. Uma resistência até maior que a que esses mesmos segmentos religiosos tiveram, até pouco tempo, em relação à legalização do “casamento” entre pessoas homossexuais. O que não sabemos é em qual lado estarão daqui a mais 30 anos.

O lamentável é que, a cada dia, cresce o número de protestantes no Brasil e no mundo, de templos e megatemplos, que são erguidos com o propósito de acolher bem um número cada vez maior de novos seguidores, ávidos em se tornarem, no futuro, moradores do reino de DEUS. O problema não é o número nem essas pessoas, mas quem e como o Evangelho fora apresentado a elas. Porque dependendo de quem as apresentou e como esse Evangelho foi apresentado, esses incautos terminaram, na verdade, apenas mudando de porta e de endereço, de religião, sem nenhuma transformação de vida. As pessoas, que adentraram aos templos protestantes nos últimos 30 anos, fizeram com a prerrogativa de que estavam fugindo da religião idólatra, perdida, que as levaria ao inferno; porém, muitas das quais, chegaram à nova religião já com a raiz do adultério entronizada na alma (segundo e terceiros casamentos), sem nenhum incentivo ou interesse de consertar o que estava errado. Assim, substituíram seis por meia-dúzia.

O Céu não tem nada a ver com pessoas que frequentam placas de igreja. DEUS não está nem aí para a lei dos homens. Cada qual será julgado individualmente e, no Grande DIA, nenhum pastor, padre ou papa vai poder socorrer, pedir clemência a DEUS, pelas pessoas que foram ensinadas de forma errada por eles. Todos os líderes passarão pelo mesmo Juízo. DEUS não fará acepção de ninguém. Não haverá leis diferentes para uns e para outros. É bom abrir os olhos, enquanto há tempo. O que o homem semear, assim ele colherá. Segundo casamento de divorciado continua sendo adultério para DEUS, independentemente do que pastores, padres e as leis humanas digam. O melhor é ler com cuidado a Palavra de DEUS e orar muito, antes que seja tarde demais…

FERNANDO CÉSAR 

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